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quarta-feira, 12 de outubro de 2016
segunda-feira, 3 de outubro de 2016
domingo, 25 de setembro de 2016
sábado, 24 de setembro de 2016
quinta-feira, 22 de setembro de 2016
Vacinação contra dengue no Paraná não segue recomendação da OMS
O Estado do Paraná promove há pouco mais de um mês uma campanha de vacinação gratuita contra a dengue em 30 municípios, mas não segue parâmetros recomendados pela OMS (Organização Mundial da Saúde). O órgão diz que pelo menos 50% da população tem de ter entrado em contato com o vírus, caso contrário, a vacinação poderia trazer riscos para a saúde das pessoas.
O governo do Paraná não tem os dados exigidos pelo critério da OMS sobre quantas pessoas já tiveram dengue. Um levantamento feito sob encomenda do Ministério da Saúde aponta que, no Estado, esse número é de cerca de 30%, segundo Marcelo Burattini, responsável pela pesquisa. A Secretaria de Saúde do Estado diz ter chegado a um valor de 80% por estimativa, mas não quis mostrar ao UOL como a conta foi feita. A campanha de vacinação até o momento tem pouca adesão.
O que diz a OMS?
A OMS indica a introdução da vacina apenas onde a soroprevalência, ou seja, a quantidade de pessoas que já foram infectadas pelo vírus, tenha alcançado 70% ou mais do público-alvo da campanha. A imunização não é recomendada quando essa porcentagem estiver abaixo de 50%.
A precaução da OMS deve-se ao fato da Dengvaxia, nome da vacina, ter sido testada para segurança e eficácia apenas em locais com soroprevalência alta. Além disso, a vacina é mais indicada para pessoas que já contraíram dengue. Isso porque foi verificado um aumento do número de casos de dengue severa e de hospitalizações entre crianças que tomaram a vacina na fase de testes, três anos após a primeira dose. A vacina é aplicada em três doses com intervalo de seis meses entre cada uma.
Como a maioria dessas crianças nunca tinha sido infectada pela dengue, especialistas defendem, em dois estudos publicados separadamente, que a vacina pode ser prejudicial para pessoas de qualquer idade jamais infectadas.
O Paraná tem muita dengue?
Não há dados oficiais de soroprevalência no Paraná. O que existe hoje é um resultado preliminar de uma pesquisa do Ministério da Saúde, feita nos moldes indicados pela OMS, que auxiliará as estratégias de vacinação contra a dengue no país. E ela indica que o Paraná não se enquadra no critério para a vacina.
Em entrevista ao UOL, Burattini, professor de infectologia e medicina tropical da USP (Universidade de São Paulo), diz que a soroprevalência nas duas cidades paranaenses com maior incidência de dengue - Londrina e Foz do Iguaçu - é de cerca de 30%. Ou seja, menor do que o mínimo recomendado pela OMS.
segunda-feira, 19 de setembro de 2016
Crescente resistência aos antibióticos obriga alterações no tratamento recomendado para infecções sexualmente transmissíveis
Novas diretrizes terapêuticas
para o tratamento de três infecções sexualmente transmissíveis (ISTs) foram
emitidas pela Organização Mundial da Saúde (OMS) em resposta à crescente ameaça
de resistência aos antibióticos. Clamídia, gonorreia e sífilis são causadas por
bactérias e geralmente curáveis com antibióticos. No entanto, essas doenças
muitas vezes não são diagnosticadas, tornando-se mais difíceis de tratar com
alguns medicamentos que estão perdendo a eficácia devido a seu uso excessivo e
à sua má utilização.
A estimativa é de que, a cada
ano, 131 milhões de pessoas são infectadas com clamídia; 78 milhões com
gonorreia; e 5,6 milhões com sífilis.
A resistência dessas infecções
sexualmente transmissíveis ao efeito dos antibióticos tem aumentado rapidamente
nos últimos anos e reduzido as opções de tratamento. Das três doenças, a
gonorreia foi a que desenvolveu a maior resistência aos medicamentos. Foram
identificadas cepas de N. gonorrhoeae multirresistentes que não reagem diante
de nenhum dos antibióticos existentes. A resistência aos antibióticos em casos
de clamídia e sífilis, embora menos frequente, também existe, fazendo da
prevenção e do tratamento precoce essenciais.
Quando não identificadas e
devidamente tratadas, essas ISTs podem provocar graves complicações e problemas
de saúde em longo prazo para mulheres, como por exemplo doença inflamatória
pélvica, gravidez ectópica e aborto; se não tratadas, a gonorreia e a clamídia
podem causar infertilidade tanto em homens quanto mulheres. A clamídia, a
gonorreia e a sífilis também podem duplicar ou triplicar o risco de infecção
pelo vírus HIV. Uma IST não tratada durante a gravidez aumenta também o risco
de natimortos e morte neonatal.
“A clamídia, a gonorreia e a
sífilis são importantes problemas de saúde pública em todo o mundo: diminuem a
qualidade de vida de milhões de pessoas e provocam graves patologias, podendo
levar à morte. Nas novas diretrizes terapêuticas da OMS, reitera-se a
necessidade de tratar as infecções com antibióticos adequados, em doses
corretas e no momento oportuno, com o objetivo de reduzir sua propagação e
melhorar a saúde sexual e reprodutiva. Os serviços nacionais de saúde têm que
determinar as pautas de resistência aos antibióticos por essas infecções em
seus países”, afirmou Ian Askew, Diretor de Saúde Reprodutiva da OMS.
As novas recomendações se baseiam
nas últimas evidências científicas disponíveis sobre os tratamentos mais
eficazes para essas três infecções sexualmente transmissíveis.
Gonorreia
A gonorreia é uma IST comum, que
pode afetar os genitais, o reto e a garganta. A resistência aos antimicrobianos
tem emergido e se expandido após a circulação de novas classes de antibióticos
contra a doença. Por causa dessa resistência generalizada, os antibióticos mais
antigos e mais baratos estão perdendo sua eficácia terapêutica contra a
infecção.
A OMS insta os países a
atualizarem suas diretrizes terapêuticas nacionais sobre a gonorreia para
enfrentar o grave problema da resistência aos antibióticos. As autoridades
sanitárias nacionais devem monitorar a prevalência de resistência a esses
medicamentos de diferentes estirpes N. gonorrhoeae que circulam na população. Com
as novas diretrizes, faz-se um chamado às autoridades sanitárias para que se
aconselhem os médicos a prescreverem o antibiótico mais eficaz, em conformidade
com as diretrizes da resistência local. Não se recomendam as quinolonas (uma
classe de antibiótico) para tratar a gonorreia devido à frequência elevada da
resistência.
Sífilis
A sífilis é transmitida por meio
de contato com lesões nos genitais, ânus, reto, lábios ou boca, além de mãe
para filho durante a gestação. Em 2012, a transmissão materno-infantil da
sífilis provocou aproximadamente 143 mil mortes fetais precoces ou nascimento
de bebês mortos; 62 mil mortes neonatais; e 44 mil nascimentos prematuros ou
nascimento de crianças abaixo do peso.
Para a cura da sífilis, as novas
diretrizes da OMS recomendam fortemente uma única dose de penicilina benzatina,
um antibiótico injetado por um médico ou enfermeiro no músculo das nádegas ou
na coxa do paciente infectado. Esse é o tratamento mais eficaz para a sífilis,
sendo também mais barato que os antibióticos orais.
Em maio de 2016, a 69ª Assembleia
Mundial da Saúde reconheceu que a penicilina benzatina é um medicamento
essencial, que está em escassez há alguns anos. A OMS recebeu notificações de
desabastecimento por parte de representantes e prestadores de atenção pré-natal
de países com uma elevada carga de sífilis de três regiões da Organização. A
OMS colabora com seus parceiros para determinar em quais países existe essa
escassez do medicamento e ajuda a monitorar a disponibilidade global da penicilina
benzatina, a fim de preencher a lacuna entre as necessidades nacionais e o
fornecimento do antibiótico.
Clamídia
A clamídia é uma das infecções
sexualmente transmissíveis bacterianas mais frequentes; muitas vezes, as
pessoas infectadas pela doença também possuem gonorreia. Os sintomas incluem
sangramento e sensação de queimação ao urinar; a maioria dos infectados não
costumam apresentar sintomas. Mesmo em sua forma assintomática, a clamídia pode
causar danos ao sistema reprodutivo.
A OMS pede aos países que iniciem
imediatamente a implementação das orientações atualizadas, tal como recomendado
na “Estratégia Mundial do Setor da Saúde contra as ISTs 2016-2021”, aprovada
pelos governos na Assembleia Mundial da Saúde realizada neste ano. As novas
diretrizes também estão em consonância com o Plano de Ação Mundial Sobre a
Resistência aos Antimicrobianos, adotado pelos governos na Assembleia de 2015.
Fonte: OMS/OPAS
OPAS/OMS disponibiliza perguntas e respostas sobre o vírus zika e suas conseqüências.
Com o objetivo de esclarecer as
dúvidas da população e também dos profissionais de saúde que atuam na área, a
Organização Pan-Americana da Saúde/Organização Mundial da Saúde (OPAS/OMS)
disponibilizou nesta terça-feira (30) um perguntas e respostas com as
informações e evidências científicas mais recentes sobre o vírus zika e suas
consequências.
Confira!
Como as pessoas pegam o vírus zika?
O vírus zika é transmitido
primariamente às pessoas por meio da picada de um mosquito Aedes infectado, que
também pode transmitir chikungunya, dengue e febre amarela. O mosquito Culex
(conhecido como pernilongo doméstico, carapanã e muriçoca) também pode
transmitir zika.
Um estudo conduzido pela Fiocruz
Pernambuco detectou a presença do vírus zika em mosquitos Culex
quinquefasciatus. Essas amostras foram coletadas em Recife, no Brasil, em casas
de pessoas que foram infectadas com o zika. Mais estudos sobre a potencial
transmissão pelo Culex são necessários. A OMS continuará a atualizar as
informações e recomendações assim que mais pesquisas que contribuem para a base
de conhecimento sobre o vírus zika e suas complicações forem publicadas.
O vírus zika também pode ser
transmitido por meio de relação sexual e foi detectado em sêmen, sangue, urina,
líquido amniótico e saliva, bem como em fluidos corporais encontrados no
cérebro e medula espinhal.
Em quais locais o vírus zika
circula?
A transmissão local do vírus zika
pelos mosquitos Aedes tem sido notificada nos continentes da África, nas
Américas, na Ásia e no Pacífico.
Existem dois tipos de mosquitos
Aedes conhecidos por serem capazes de transmitir o zika. Na maioria dos casos,
ele é propagado pelo Aedes aegypti em regiões tropicais e subtropicais. O Aedes
albopictus também transmite o vírus e pode hibernar para sobreviver em regiões
com temperaturas mais baixas.
O El Niño pode influenciar na
transmissão do zika?
O Aedes aegypti se reproduz em água
parada. Grandes períodos de seca, inundações, fortes chuvas e aumento de
temperatura são efeitos conhecidos do El Niño – que é o resultado do
aquecimento do centro ao leste tropical do Oceano Pacífico. Um aumento na
população de mosquitos é esperado devido à expansão e locais de reprodução
favoráveis. Algumas medidas podem ser tomadas para prevenir e reduzir os
efeitos de saúde causados pelo El Niño.
O Aedes pode voar de um país ao
outro ou de uma região a outra?
O Aedes não consegue voar por
mais de 400 metros. Entretanto, existe a possibilidade do mosquito ser
transportado de um lugar para outro acidentalmente e introduzir o vírus zika em
novas áreas.
Quais são os sintomas da infecção
pelo vírus zika?
O vírus zika geralmente causa uma
doença leve. Os sintomas mais comuns incluem febre baixa ou erupção cutânea
(exantema), que aparecem alguns dias após a picada do mosquito infectado.
Embora muitas pessoas com o vírus não apresentem sintomas, outras podem sofrer também
de conjuntivite, dores musculares e articulares e cansaço. Os sintomas costumam
durar de dois a sete dias. Não existe diferença nos sintomas registrados por
gestantes infectadas e mulheres não grávidas.
Como a infecção pelo vírus zika é
diagnosticada?
O diagnóstico é baseado nos
sintomas e no histórico recente do paciente (como picadas de mosquitos ou
viagens para áreas com circulação do vírus). Testes laboratoriais podem
confirmar a presença do zika no sangue, entretanto, esse diagnóstico pode não ser
tão confiável, já que o vírus poderia reagir de forma cruzada com outros vírus
como o da dengue e febre amarela. Um teste confiável de diagnóstico é uma
prioridade nas áreas de pesquisa e desenvolvimento.
Como o vírus zika é tratado?
Os sintomas da doença podem ser
tratados com medicamentos comuns para dor e febre, descanso e reposição de
líquidos. Se os sintomas piorarem, as pessoas devem procurar auxílio médico.
PROTEÇÃO CONTRA O MOSQUITO
O que as pessoas podem fazer para
se protegerem da picada de mosquitos?
A melhor forma de se proteger
contra o zika é prevenir as picadas de mosquitos. Mulheres grávidas ou que
planejam engravidar e seus parceiros sexuais devem tomar cuidados extras, entre
eles:
Vestir roupas que cubram o máximo
possível do corpo (preferencialmente de cores claras);
Usar repelentes, que podem ser
aplicados nas áreas expostas da pele ou nas roupas. O produto dever conter DEET
(diethyltoluamide) ou IR 3535 ou Icaridin, que são os princípios ativos mais
comuns em repelentes. Eles devem ser usados de acordo com as instruções do
rótulo e são seguros para mulheres grávidas;
Utilizar barreiras físicas, tais
como telas comuns ou tratadas com inseticidas em janelas e portas;
Dormir embaixo de mosquiteiros,
mesmo quando o repouso ocorrer de dia;
Identificar e eliminar potenciais
criadouros de mosquitos, esvaziando, limpando ou cobrindo recipientes com água
(baldes, vasos de flores e pneus);
Programas nacionais podem
direcionar corpos de água e resíduos de esgoto (saídas de tanques sépticos
devem ser cobertas) com intervenções de água e saneamento.
Como as mulheres grávidas podem
se proteger dab picadas de mosquitos?
Gestantes que vivem em áreas onde
há circulação do vírus zika devem seguir as mesmas medidas de prevenção
fornecidas para a população em geral. Devem, também, ir regularmente às
consultas de pré-natal em conformidade com as normas nacionais. Mulheres
grávidas que desenvolverem qualquer sintoma ou sinal de infecção pelo vírus
zika devem iniciar as consultas precocemente para diagnóstico, cuidados
adequados e acompanhamento.
VIGILÂNCIA
Qual o papel da vigilância do
mosquito em relação ao vírus zika?
O monitoramento dos números e
localização (vigilância) dos mosquitos é usado para fins operacionais e de
pesquisa. Ele ajuda a determinar as mudanças na distribuição geográfica dos
mosquitos para monitorar e avaliar os programas de controle, mensurar as
populações de mosquitos ao longo do tempo e facilitar a tomada de decisões
adequadas e oportunas quanto às intervenções.
A vigilância pode servir para
identificar áreas onde tenha ocorrido uma infestação de alta densidade de
mosquitos ou períodos nos quais a população de mosquitos aumenta. Nas áreas nas
quais os mosquitos não estão mais presentes, a vigilância do mosquito é
fundamental para detectar a introdução de novos mosquitos antes que eles se
espalhem e se tornem difíceis de eliminar. O monitoramento da suscetibilidade
das populações de mosquitos aos inseticidas também deve ser parte integrante de
qualquer programa que utilize esses produtos. A vigilância é um componente
importante do programa de prevenção e controle, uma vez que fornece as
informações necessárias para avaliações de risco, resposta às epidemias e
avaliação do programa.
Programas de vigilância em curso
para o Aedes aegypti não envolvem a coleta de milhares de mosquitos para
testá-los para o vírus zika. Isso seria algo extremamente difícil de fazer,
considerando o grande número de mosquitos no ambiente e a taxa muito baixa de
infecção pelo zika, mesmo em uma epidemia. Por exemplo: relatórios publicados
sugerem que menos de um mosquito está infectado a cada 1.000 mosquitos.
Qual é a diferença entre o Aedes
e o Culex?
O Aedes transmite o vírus zika e
outras doenças que carrega de forma mais eficaz que o Culex, uma vez que ele
costuma picar as pessoas durante o dia e é mais adaptado a viver dentro e em
torno de assentamentos humanos. O Culex se prolifera em águas poluídas,
colocando seus ovos no mesmo local de reprodução, e prefere se alimentar de
apenas uma pessoa. Enquanto isso, o Aedes põe seus ovos em diversos locais e se
alimenta de várias pessoas – espalhando as doenças que carregam consigo de
forma mais ampla na localidade.
Porque a OMS está focando no
Aedes como o principal vetor do zika? Ele é bastante conhecido para justificar
o desenho atual do programa de controle de vetores?
Todos os estudos realizados até o
momento na África, Ásia, Pacífico e Américas sustentam a conclusão de que o Aedes
aegypti é o principal vetor e, um mosquito da mesma família, Aedes albopictus,
é um potencial transmissor do vírus zika. Ambas espécies se reproduzem e vivem
perto ou dentro de habitações humanas, preferindo picar humanos a outros
hospedeiros animais, e uma extensa documentação têm mostrado suas competências
na transmissão do zika. Entretanto, pesquisas recentes realizadas no Brasil
mostram que o Culex também pode transmitir o vírus.
As recomendações de controle
vetorial da OMS focadas nos mosquitos Aedes também são muito eficientes contra
outros vetores, incluindo o Culex. A gama de métodos para reduzir a população
de mosquitos inclui a pulverização das paredes e interiores de casas,
pulverização dentro de espaços, controle larval e eliminação de criadouros. O
controle do vetor é recomendado junto às medidas de proteção pessoal, tais como
o uso de repelentes e camas com mosqueteiros durante o dia e a noite, entre
outros.
Existe alguma pesquisa nacional
ou internacional em andamento sobre o vírus zika para investigar suas possíveis
causas?
Há uma grande falta de pesquisas
internacionais e uma escassez de recursos para resolver as questões que
surgiram durante este surto. As evidências disponíveis indicam que os mosquitos
Aedes são os principais vetores em áreas urbanas e semi-urbanas e amplos
esforços estão em andamento para controlá-los. A OMS está trabalhando junto a
parceiros para entender melhor todos os fatores adicionais que contribuem para
a transmissão do vírus zika e suas complicações.
TRANSMISSÃO SEXUAL
O que as pessoas podem fazer para
se protegerem da transmissão sexual do vírus zika?
Todas as pessoas que foram
infectadas pelo vírus zika e seus parceiros sexuais – particularmente mulheres
grávidas – devem receber informações sobre os riscos da transmissão sexual do
zika, opções de métodos contraceptivos e práticas sexuais seguras. Quando
viável, devem ter acesso a preservativos, fazendo seu uso correto e consistente.
Gestantes devem ser aconselhadas
a não viajar para áreas onde surtos de vírus zika estão em curso. Os parceiros
sexuais de mulheres grávidas que vivem ou retornam de áreas onde há transmissão
local do vírus devem praticar sexo seguro ou se abster de relações sexuais por
pelo menos a duração da gravidez.
É fortemente recomendado aos
casais ou mulheres que planejam engravidar e que vivem ou retornam de áreas
onde a transmissão do vírus zika é conhecida que esperem por pelo menos oito
semanas até a tentativa de concepção; e seis meses, caso o parceiro masculino
tenha apresentado sintomas de infecção.
Homens e mulheres que regressam
de áreas onde o zika circula devem praticar sexo seguro, inclusive por meio do
uso correto e contínuo de preservativos, ou se abster de relações sexuais por
pelo menos oito semanas. Homens que apresentaram sintomas (erupções na pele,
febre, artralgia, mialgia ou conjuntivite) devem praticar sexo seguro ou se
abster de relações sexuais por um período de pelo menos seis meses.
Homens e mulheres em idade
reprodutiva que vivem em áreas onde há transmissão local do vírus zika devem
considerar adiar a gravidez e seguir as recomendações (incluindo o uso correto
e consistente de preservativos) para prevenir o HIV, outras infecções
sexualmente transmissíveis e gravidezes indesejadas.
O que as mulheres expostas ao
sexo desprotegido, que não desejam engravidar pela possibilidade de infecção
pelo zika, devem fazer?
Todas as mulheres e meninas devem
ter fácil acesso à contracepção de emergência, incluindo informações e
aconselhamento precisos, bem como métodos acessíveis.
VIAGENS
O que as pessoas que viajam para
áreas afetadas pelo zika devem fazer?
Os viajantes devem se manter
informados sobre o vírus zika e outras doenças transmitidas por mosquitos, como
chikungunya, dengue e febre amarela, e consultar as autoridades locais de saúde
e viagens, caso estejam preocupados.
Mulheres grávidas devem ser aconselhadas
a não viajar para áreas onde há transmissão do zika em curso; gestantes cujos
parceiros sexuais vivem em ou viajam para áreas com transmissão do vírus devem
assegurar práticas sexuais mais seguras ou se abster de relações sexuais
durante o período da gravidez.
SÍNDROME DE GUILLAIN-BARRÉ,
MICROCEFALIA E OUTROS DISTÚRBIOS NEUROLÓGICOS
O vírus zika é uma causa da
microcefalia e da Síndrome de Guillain-Barré?
Com base em um crescente corpo de
pesquisas preliminares, há consenso científico de que o vírus zika é uma causa
da microcefalia e da Síndrome de Guillain-Barré. Embora intensos esforços
continuem a reforçar e refinar a ligação entre o vírus e uma variedade de
distúrbios neurológicos dentro de um rigoroso quadro de investigação, uma corrente
de estudos de casos notificados recentemente, bem como um pequeno número de
estudos caso-controle e coorte, apoiam a conclusão de que existe uma associação
entre o vírus zika, a microcefalia e a Síndrome de Guillain-Barré.
Quais eventos levaram a OMS a
investigar uma relação de causalidade?
Um surto de zika no Brasil,
identificado no início de 2015, foi seguido de um aumento anormal da
microcefalia entre os recém-nascidos, bem como um aumento no número de casos de
Síndrome de Guillain-Barré. À luz desses eventos, determinou-se que um surto
anterior do vírus zika na ilha Polinésia Francesa em 2013 e 2014 também foi
associado a um aumento no número de casos de Síndrome de Guillain-Barré,
microcefalia e outros distúrbios neurológicos. A comunidade científica
respondeu com urgência à situação que evoluía rapidamente e começou a construir
uma base de conhecimentos sobre o vírus e suas implicações de forma
extremamente ágil.
Há outras explicações para a
microcefalia e a Síndrome de Guillain-Barré?
A Síndrome de Guillain-Barré e a
microcefalia são condições com um número de causas subjacentes, gatilhos e
efeitos neurológicos. A microcefalia pode resultar de infecções no útero,
exposição a produtos químicos tóxicos e anormalidades genéticas, ao passo que a
Síndrome de Guillain-Barré é uma condição autoimune que pode ser desencadeada
por infecções específicas.
Os cientistas não excluem a
possibilidade de que outros fatores podem se combinar à infecção pelo vírus
zika e causar distúrbios neurológicos, entretanto, mais pesquisas são
necessárias para que qualquer conclusão nessa área possa ser alcançada.
Existe uma ligação entre o zika e
outros distúrbios neurológicos?
Relatórios de casos recentes
sugerem que pode haver uma ligação entre o zika e outros distúrbios
neurológicos, como: mielite (inflamação da medula espinal) ou anormalidades
cerebrais em varredura na ausência de microcefalia. A OMS e seus parceiros têm
agido com base nos relatórios emergentes sobre outras manifestações
neurológicas e a avaliação das evidências para essas condições está em curso,
assim como para microcefalia e Síndrome de Guillain-Barré.
O que é Síndrome de
Guillain-Barré?
A Síndrome de Guillain-Barré é
uma condição rara na qual o sistema imunológico de uma pessoa ataca seus
nervos. Pessoas de todas as idades podem ser afetadas, mas a doença é mais
comum em homens adultos. A maioria das pessoas se recupera completamente, inclusive
nos casos mais graves da Síndrome de Guillain-Barré. Em 20% a 25% das pessoas
com essa condição, os músculos peitorais são afetados, o que dificulta a
respiração. Casos graves são raros, mas podem resultar em paralisia.
O que é microcefalia?
A microcefalia é uma condição em
que a cabeça do bebê é menor do que a cabeça de crianças com mesma idade e do
mesmo sexo. Ela acontece tanto quando há problemas no útero, o que faz com que
o cérebro do bebê pare de crescer adequadamente, quanto após o nascimento.
Crianças nascidas com microcefalia muitas vezes apresentam dificuldades de
desenvolvimento à medida em que envelhecem. Em alguns casos, crianças com essa
condição se desenvolvem normalmente. A microcefalia pode ser causada por uma
variedade de fatores ambientais e genéticos como a Síndrome de Down; exposição
a drogas, álcool ou outras toxinas no útero; e infecção por rubéola durante a
gravidez.
GRAVIDEZ
Mulheres podem transmitir o vírus
zika para seus fetos durante a gravidez ou no momento do parto?
A transmissão do vírus zika de
mulheres grávidas para seus fetos foi documentada. Mulheres grávidas em geral,
incluindo aquelas que desenvolveram sintomas de infecção pelo vírus zika, devem
procurar o serviço de saúde para acompanhar de perto a gestação.
Mães infectadas pelo vírus zika
podem amamentar seus bebês?
O vírus zika foi detectado no
leite materno, entretanto não há evidências de que o vírus possa ser
transmitido de mãe para filho durante a amamentação. A OMS recomenda a
alimentação de bebês exclusivamente com leite materno por pelo menos os
primeiros seis meses de idade.
O que as mulheres que desejam
adiar suas gravidezes em preocupação com a microcefalia podem fazer?
A decisão de engravidar e de
quando engravidar deve ser pessoal, com base em informações completas e acesso
a serviços de saúde de qualidade. Mulheres que desejam adiar a gravidez devem
ter acesso a uma ampla gama de opções de contracepção reversíveis, de longa ou
curta duração de ação. Elas também devem ser aconselhadas sobre a dupla
proteção contra infecções sexualmente transmissíveis, por meio do uso de
preservativos.
Não são conhecidos problemas de
segurança sobre o uso de quaisquer métodos anticoncepcionais hormonais ou de
barreira para mulheres e adolescentes em risco de infecção pelo vírus zika,
mulheres diagnosticadas com o vírus ou mulheres e adolescentes em tratamento
contra a infecção pelo vírus.
Como as mulheres podem gerenciar
suas gravidezes no contexto do vírus zika e suas consequências?
A maioria das mulheres em áreas
afetadas pelo vírus zika darão à luz bebês saudáveis. A ultrassonografia em
tempo oportuno não prevê com segurança malformações no feto. A OMS recomenda
que o exame seja repetido no segundo ou terceiro trimestre (preferencialmente
entre 28 e 30 semanas) para identificar se há microcefalia no feto e/ou
quaisquer anormalidades no cérebro, quando essas são mais fáceis de detectar.
Quando possível, a triagem do
líquido amniótico em busca de anormalidades ou infecções congênitas, incluindo
o vírus zika, é recomendada, especialmente nos casos onde os testes feitos com
mulheres foram negativos para zika, mas seus ultrassons indicam anormalidades
no cérebro do feto.
Com base no prognóstico de
anormalidades cerebrais associadas ao bebê, a mulher - e seu parceiro, se ela
desejar - deve receber aconselhamento não-diretivo para que ela, em consulta
com profissionais de saúde, possa ter decisões baseadas em informações sobre os
próximos passos no gerenciamento de sua gravidez.
Mulheres que carregam a gravidez
a termo devem receber os cuidados e apoio adequados para gerenciar a ansiedade,
o estresse e o ambiente de nascimento. Os planos para cuidado e gerenciamento
do bebê logo após seu nascimento devem ser discutidos com os pais em consulta
com um pediatra ou neurologista assim que possível.
RESPOSTA AO VÍRUS ZIKA
Qual é a resposta da OMS ao vírus
zika?
A Organização, trabalhando em
conjunto com parceiros, tem desenvolvido um quadro que define as principais
questões a serem respondidas para fortalecer o corpo de evidências sobre a
relação causal entre o zika e os distúrbios neurológicos. Além disso, a OMS
convocou diversas reuniões entre especialistas sobre zika em todo o mundo
durante março de 2016 para discutir evidências, responder a questões
científicas e fornecer orientações práticas para apoiar os países que respondem
ao surto a aos casos de distúrbios neurológicos.
A OMS continuará na liderança da
harmonização, coleção, revisão e análise dos dados que procuram responder às
perguntas. Com cientistas será possível desvendar como o zika implica em
condições como a microcefalia e a Síndrome de Guillain-Barré, obtendo uma maior
compreensão sobre o problema, bem como uma maior clareza sobre quais populações
estão suscetíveis a serem afetadas e em que medida.
Quais são as recomendações da OMS
para os países?
Dada a gravidade do risco para a
saúde pública, a OMS aconselhou os países onde o vírus zika está em circulação
a tomarem medidas decisivas e imediatas para proteger suas populações. Reduzir
o risco de que as pessoas sejam picadas por mosquitos é a maneira mais efetiva
de prevenir a infecção. Países afetados são instados a intensificar os esforços
no controle de vetores e garantir que indivíduos e comunidades estejam cientes
de como se proteger de picadas e sobre como eliminar os criadouros do mosquito.
Atualmente não existe vacina contra o vírus zika.
Apoio social e cuidados precoces
devem ser fornecidas durante e após a gravidez, bem como cuidados clínicos para
pessoas que desenvolverem a Síndrome de Guillain-Barré.
Como a resposta ao vírus zika se
mantém atualizada com todas as pesquisas que vem sendo publicadas?
Novos estudos sobre zika e suas
consequências estão sendo publicados diariamente e o ritmo das pesquisas
continua a aumentar. A OMS e seus parceiros avaliarão sistematicamente novos
estudos para detectar quaisquer mudanças na direção de uma nova base de
evidências e identificar conhecimentos e lacunas nas investigações.
Para permitir dos últimos dados
em intervalos regulares, uma revisão sistemática está sendo desenvolvida. Esse
será um resumo online de pesquisas em saúde, que será atualizado à medida que
novos estudos se tornarem disponíveis. O sistema pode ser adaptado para futuros
surtos de novas doenças e emergência de doenças transmissíveis, gerando
informações em tempo real baseadas em evidências.
Fonte: OMS/OPAS
OMS: pessoas que retornam de áreas com zika devem usar preservativo por ao menos 6 meses
A Organização Mundial da Saúde
(OMS) atualizou nesta terça-feira (6) o guia provisório sobre prevenção datransmissão sexual do zika. Segundo o novo texto, homens e mulheres que
estiveram em áreas onde o vírus é transmitido e estejam retornando para regiões
sem transmissão devem praticar sexo seguro ou abstinência por um período de 6
meses (independente de estarem tentando engravidar ou não). A recomendação se
aplica tanto àqueles que apresentam quanto aos que não apresentam sintomas.
Essa é uma mudança na orientação
provisória de 7 de junho, na qual a OMS recomendava pelo menos 8 semanas (2
meses) de sexo seguro ou abstinência para os homens que estivessem retornando
de áreas com transmissão e não apresentassem sintomas. A OMS revisou as
conclusões anteriores após analisar um total de 17 novos estudos ou relatórios
sobre a transmissão sexual do zika e oito pesquisas sobre a presença do vírus
no sêmen, além de se consultar com diferentes especialistas.
Para regiões com transmissão do
vírus, a OMS continua a recomendar que homens e mulheres sexualmente ativos
sejam corretamente orientados e tenham acesso a métodos contraceptivos. O
objetivo é possibilitar que todos façam uma escolha informada sobre se e quando
desejam engravidar, para evitar possíveis efeitos adversos na gravidez e nos
fetos. Além disso, gestantes e seus parceiros que vivem ou estiveram nesses
locais devem praticar sexo seguro ou abstinência por pelo menos toda a duração
da gravidez.
Independentemente do risco de
infecção pelo zika por meio de relações sexuais, a OMS sempre recomenda a
prática de sexo seguro, incluindo o uso correto e constante de preservativos,
para prevenir o HIV e outras infecções sexualmente transmissíveis, além de gravidezes
não planejadas.
A OMS também recomenda que as
mulheres que tiveram relações sexuais sem preservativo e não desejam engravidar
por estarem preocupadas com a possibilidade de infecção pelo vírus zika tenham
acesso imediato a serviços de contracepção de emergência e aconselhamento. Isso
deve ser garantido por programas de saúde das regiões com transmissão do vírus.
Modos de transmissão
O principal vetor da doença é o
mosquito Aedes. No entanto, evidências científicas crescentes têm mostrado que
a transmissão sexual do vírus zika é possível e mais comum do que se pensava
anteriormente. De acordo com o guia, isso é preocupante devido à associação
entre a infecção pelo vírus e efeitos adversos na gravidez e nos fetos, como
microcefalia, complicações neurológicas e de Síndrome de Guillain-Barré.
Estudo caso-controle confirma relação causal entre infecção por zika na gravidez e surgimento de microcefalia no recém-nascido.
A
epidemia de microcefalia registrada no Brasil em 2015 é resultado de infecção
congênita da mãe para o bebê por zika. A conclusão é de um estudo caso-controle
preliminar do Microcephaly Epidemic Research Group (MERG), publicado nesta
quinta-feira (15), na revista científica The Lancet Infectious Diseases. A pesquisa é intitulada “Associationbetween Zika Virus infection and microcephaly in Brazil, January to May 2016:Preliminary report of a case control study”.
“Esta análise preliminar mostra
uma forte associação entre microcefalia e confirmação laboratorial de infecção
pelo vírus zika”, escrevem os autores. Segundo eles, o estudo “é o primeiro a
estimar a soroprevalência da infecção pelo vírus zika em gestantes em uma área
epidêmica no Brasil”.
Os autores também recomendam “que
devemos nos preparar para uma epidemia global de microcefalia e outras
manifestações da Síndrome Congênita do Zika”.
A pesquisa analisou 32 casos
(crianças nascidas com microcefalia) e 62 controles (crianças sem microcefalia
nascidas no dia posterior ao nascimento do caso e na mesma região), em oito
hospitais públicos de Recife, Pernambuco, entre janeiro e maio deste ano.
O MERG é um grupo formado por
especialistas da Fundação Oswaldo Cruz Pernambuco – Centro de Pesquisa Aggeu
Magalhães (Fiocruz/CPqAM), Ministério da Saúde do Brasil, Instituto de Medicina
Integral Professor Fernando Figueira (IMIP), Universidade Federal de
Pernambuco, Fiocruz Brasília, Secretaria de Estado de Saúde de Pernambuco,
Universidade de Pernambuco, London School of Hygiene & Tropical Medicine e
Organização Pan-Americana da Saúde/Organização Mundial da Saúde (OPAS/OMS).
Os autores apontam que análises
preliminares podem superestimar a força da associação. Portanto, a magnitude
dos efeitos apontados deve ser tratada com cautela. Uma versão final desta
pesquisa, com uma amostra maior de 200 casos e 400 controles, vai ajudar a
quantificar o risco de forma mais precisa (por exemplo, qual a probabilidade de
crianças nascerem com microcefalia se as mães forem infectadas com o vírus zika
durante a gravidez).
O recrutamento dos recém-nascidos
é feito no momento do nascimento em maternidades. As mães são entrevistadas e é
colhido sangue do cordão umbilical dos bebês. O objetivo principal desse estudo
caso-controle é identificar a associação entre microcefalia e potenciais
fatores de risco. A pesquisa busca identificar, por exemplo, se houve infecção
pelo vírus zika, se as gestantes foram expostas a alguma droga, produto ou ambiente
contaminado, se as mães que tiveram dengue anteriormente e foram infectadas
pelo zika apresentam maior probabilidade de ter crianças com microcefalia,
entre outros.
Para a versão final da pesquisa,
também está sendo estudado o fenótipo das crianças com microcefalia. A intenção
é saber qual a frequência de hérnia umbilical, de artrogripose (deformidade e
rigidez nas articulações) e de malformações oculares e auditivas, entre outras
características da Síndrome Congênita do Zika. O estudo caso-controle é
financiado pelo Ministério da Saúde, pelo programa Enhancing Research Activity
in Epidemic Situations e pela OPAS/OMS.
15 de setembro de 2016 – Fonte: OMS/OPAS
OPAS lança nova publicação com estratégias das Américas para a prevenção do suicídio
9 de setembro de 2016 — No marco do Dia Mundial de Prevenção ao Suicídio, 10 de setembro, a Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS) lançou uma nova publicação que reúne estratégias para a prevenção do suicídio nas Américas, onde a cada ano ocorrem cerca de 65 mil mortes evitáveis por esse motivo.
“Conectar. Comunicar. Cuidar” é o
lema do Dia Mundial da Prevenção do Suicídio deste ano, data instituída em 2003
pela Associação Internacional para a Prevenção ao Suicídio (IASP, sigla em
inglês) em colaboração com a Organização Mundial da Saúde (OMS).
O termo “conectar” se refere à
necessidade de promover a conexão social entre pessoas em risco para prevenir o
suicídio. “Comunicar” faz referência à necessidade de conversar e interagir; e
“cuidar” trata da importância de os governos e prestadores de saúde priorizarem
a prevenção. A nova publicação da OPAS – elaborada juntamente com o Instituto
Nacional de Psiquiatria Ramón de la Fuente Muñiz, México, um centro colaborador
da OMS – se enquadra nessa última opção.
O documento “fornece informação
essencial para entender melhor as condutas suicidas e as principais estratégias
para sua abordagem, desde o registro até a evolução das intervenções, tendo em
conta as experiências em curso na região”, afirmou Dévora Kestel, chefe da
Unidade de Saúde Mental e Uso de Substâncias da OPAS.
O livro “Prevenção da condutasuicida” oferece um panorama do suicídio ao redor do mundo a partir da
perspectiva da OMS e inclui um resumo do relatório sobre mortalidade por
suicídio nas Américas preparado pela OPAS, além de apresentar relatórios da
América Central e também da República Dominicana, Chile, Cuba, Guiana, México,
Nicarágua e Porto Rico.
Nas últimas décadas, em
particular desde o ano 2000, várias estratégias nacionais de prevenção ao
suicídio vêm sendo desenvolvidas. Elas abarcam diversas medidas, como a
vigilância, a restrição aos meios utilizados para consumar o suicídio, as
diretrizes para os meios de comunicação, a redução do estigma e a
conscientização da população, assim como a capacitação dos profissionais de
saúde, educadores, polícias e outros. Também incluem serviços de intervenção em
casos de crises e serviços posteriores.
O suicídio é um tema complexo,
com uma multiplicidade de fatores intervenientes, portanto, não há apenas uma
resposta para esse problema. A publicação inclui capítulos sobre fatores
associados à conduta suicida em que se abordam temas como religião e
espiritualidade, uso de substâncias e o papel da personalidade no tratamento e
na prevenção do suicídio entre adolescentes. Ao fim da publicação, são
discutidos problemas e estratégias relacionados aos componentes metodológicos
nos programas de prevenção ao suicídio em um capítulo preparado pelo Centro de
Controle e Prevenção de Doenças dos Estados Unidos (CDC, sigla em inglês).
De acordo com a OMS, o suicídio é
um problema de saúde pública em países de alta renda e um problema emergente em
países de baixa e média renda. É uma das principais causas de morte no mundo,
especialmente entre os jovens. Mais de 800 mil pessoas morrem por suicídio no
mundo a cada ano. Isso corresponde a uma morte a cada 40 segundos.
O número de vidas que se perdem a
cada ano por suicídio supera o número de mortes por homicídios e guerras
juntos.
“Os serviços de saúde devem incorporar
a prevenção do suicídio como um componente central nas estratégias de saúde”,
disse Kestel, além de considerar que “a identificação precoce dos problemas de
saúde mental, do consumo nocivo de álcool e do uso de substâncias são
intervenções fundamentais para conseguir que as pessoas recebam a atenção que
necessitam”.
O conhecimento acerca do
comportamento suicida tem aumentado consideravelmente nas últimas décadas. No
entanto, o suicídio continua tendo baixa prioridade nas ações de saúde pública.
Espera-se que o novo relatório da OPAS sirva para a elaboração e aplicação de
estratégias integrais de prevenção ao suicídio, a implementação racional de
ações e para a avaliação das intervenções e sua ampliação.
Seminário virtual sobre prevenção
ao suicídio
A OPAS realizará no dia 13 de
setembro, das 9h30 às 11h30 (horário de Washington – uma hora a menos em
relação a Brasília), um seminário virtual sobre as estratégias disponíveis para
a prevenção do suicídio. Durante a sessão, representantes da Colômbia, Cuba e
Guiana compartilharão suas experiências e esforços para prevenir o suicídio em
seus países. Para participar, acesse http://www.paho.org/hq/index.php?option=com_content&view=article&id=12456&Itemid=41080&lang=es.
terça-feira, 12 de abril de 2016
MA recebe pesquisadores da OMS e Ministério da Saúde para discutir projeto sobre sinais de alarme das doenças causadas pelo Aedes | Governo do Estado do Maranhão
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